domingo, 17 de abril de 2011

Susto

Dia desses, ao chegar no trabalho, recebo um telefonema de Lúcia:
- Rose, Cecília caiu, cortou a testa e está sangrando muito.
- Lúcia, o corte foi grande? Como foi? Nem responda, tô indo para aí agora.
Corri para casa e ao chegar em casa encontro a figurinha já brincando com a irmã, na boa (ufa, graças a Deus), veio correndo me receber no portão, tirou o tampão de algodão com água maravilha da testa e disse:
- Ó mãe, tá saindo "sangre".
- Filha, como foi isso? Deixa eu ver direito.
- Eu fui correndo pegar um pente, aí caí e bati a testa na porta.
Fiquei com uma dó, pelo que entendi ela deve ter "saído pela tangente" ao fazer a curva no lavabo e deu com a testa no "caixão" da porta, resultado: um baita corte vertical, tomando a testa inteira e sangrando sem parar.
Conversei com ela e disse que teríamos que ir ao hospital, pois o corte não parava de sangrar e coisa e tal, morrendo de medo do que nos esperava pela frente: A SUTURA!!!! Claro que na frente dela estava que era pura CALMA!!!!
Chegamos ao hospital, falei como seria o procedimento da forma mais clara, porém lúdica, possível, sem mentir sobre a possível dor, ela ensaiou um chorinho, mas entrou com dignidade na sala de procedimentos, logo veio a médica, muito calma, conversou com a gente e me disse:
- Se você não se desesperar já me ajuda muito.
- OK, Dra. vamos lá, fui dizendo, segurando as mãozinhas da minha filhota e rezando.
- Cecília, você fecha os olhinhos, pois preciso lavar seu dodói.
- Fecho...
E fechou mesmo, ficou quietinha, não chorou nem na hora da anestesia, ficamos os 4, eu, o pai, a médica e a auxiliar, boquiabertos, já desconfiando de uma possível reação da queda (prostração), porém respondia certinho a todoas as perguntas que fazíamos, sem abrir os olhinhos e sem mexer a cabeça... sinal de que estava muito bem e se comportando como uma lady.
Ufa, agradeci muito a Deus, a seu anjinho da guarda, enfim, ao universo e fiquei muito orgulhosa da minha guerreirinha, tando que ao sair a médica sugeriu um sorvetão de recompensa e eu dei, of corse.
A todo mundo que pergunta ela diz:
- Caí e fui para o hospital "costurar" a testa que nem Astolfinho (porquinho de pano delas, que já foi costurado várias vezes por Lúcia.)

PS: a irmã ficou com Lúcia esperando no estacionamento do hospital, quando o pai foi lá ver como ela estava, perguntou:
- Pai, Cecília tá bem? Ela tá chorando? Quero entrar e segurar na mão dela.
- Não pode, Lú. Cecília está bem, não está chorando, não. Pode ficar tranquila.
- Sabia, elá tá aguentando firme, né?!!!  
Quando viu a irmã com o curativo, arregalou os olhos, colocou a mãozinha na frente da boca espantada, depois falou:
- Parabéns, Cecília, você aguentou firme!!!
E tascou-lhe um abraço, que me deixou com os olhos mareados.

Um comentário:

  1. E vc e Sionei sempre sabendo lidar com as situações. Por isso as meninas aguentam firme! Rs Parabéns!

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